Proteger a sua bike é um ótimo negócio, mas é preciso entender os detalhes que levam à escolha certa do melhor seguro de bicicleta
Quem já não fez ou recebeu oferta de seguro para carro, eletrodomésticos ou celular? Item comum nos tempos atuais, o seguro agora chega com força no segmento de bicicleta.
Com o desenvolvimento acelerado do ciclismo no Brasil, as companhias de seguro de bicicleta têm crescido e se aprimorado na mesma velocidade. O que faz todo sentido.
Mas é sempre preciso ficar atento aos detalhes e saber o que observar, calcular e comparar. É o que esclareceremos, tintim por tintim, a seguir.
10 coisas para saber na hora de escolher o seguro de bicicleta
1. OBJETIVOS
Antes de qualquer coisa, é fundamental que responda a duas perguntas: Qual é o objetivo principal de uso da sua bike? Defina se é para andar na cidade, competir, para uso esportivo, entre outros; e ainda: Qual será o objetivo (ou os objetivos) do seguro? Reflita quais proteções você vai precisar: contra roubo, furto, quebra, acidentes, em competições, em regiões fora do país etc.
Essas respostas são importantes porque elas servirão de critérios para que consiga avaliar todos os demais itens que serão listados a partir de agora.
2. COBERTURAS
É importante ver direitinho quais coberturas estão incluídas no seguro. Além de ler a descrição detalhada de cada uma e entender a extensão exata da proteção, observe se existem algumas coberturas que são obrigatórias e outras que são opcionais. Isso para evitar que pague por mais coberturas do que precisa ou que fique sem as coberturas que são essenciais para o seu caso.
3. FRANQUIA: CUSTO E COMO ACIONAR
O conceito de franquia ou POS (Participação Obrigatória do Segurado) pode parecer simples, mas exige atenção. Imagine que você faz uma pesquisa e encontra duas seguradoras. A Seguradora A oferece uma franquia de 10% sobre o valor do sinistro, enquanto a Seguradora B oferece franquia de 15%. A sua escolha vai ser, a princípio, pela Seguradora A, correto?
Não necessariamente será a melhor opção! Porque vai depender do valor mínimo exigido para a franquia. Exemplo: ocorreu um sinistro, e o dano da sua bicicleta soma o valor de R$ 2 mil. A Seguradora A pede 10% de franquia sobre o valor do dano, mas com um mínimo de R$ 2 mil. Ou seja: neste caso nem vale a pena acionar a franquia! Já a Seguradora B pede como franquia 15% do valor do dano, mas com um mínimo de apenas R$ 250,00. Neste caso, sim, valeria muito a pena ter um seguro!
Entendeu por que é importante observar bem essa relação porcentagem x valor mínimo? Como percebemos até aqui, comparar apenas a porcentagem do valor a ser pago para o seguro não é um bom critério de escolha.
4. EXCLUSÕES
Quem não é da área de seguros provavelmente não conhece as exceções, exclusões e regras específicas que podem impedir o cliente de acionar o seguro da sua bike.
Sim, existem situações que podem não estar cobertas pelo seguro. São os chamados riscos excluídos. Exemplos? É muito comum o seguro de bicicleta não cobrir sinistros ocorridos fora da casa do segurado, ou quando a bicicleta estava na posse de outra pessoa e até mesmo deixa de cobrir danos ocorridos durante competições.
De acordo com a Susep, autarquia responsável pela autorização, controle e fiscalização dos seguros no Brasil, “todo evento danoso em potencial, não elencado entre os riscos cobertos na apólice de seguro é, implicitamente, um risco excluído”. Mas, ainda segundo a entidade, todos os riscos excluídos devem estar descritos de forma explícita no contrato. Por isso, leia tudo com muita atenção e saiba o que está comprando.
5. INDENIZAÇÃO: DINHEIRO OU BIKE NOVA?
Fique esperto com esse quesito também! Pode ter um peso considerável na sua tomada de decisão. Isso porque, na hora de receber a indenização pelo sinistro, você precisa saber o que vai receber: dinheiro ou reposição da bike/peça?
Grande parte das seguradoras oferece dinheiro como opção de indenização. E qual é o problema dessa opção? Primeiro: esse valor acaba por ter desconto de custos e normalmente sofre depreciação e/ou rateio (que serão explicados mais adiante), ou seja: provavelmente não será um montante suficiente para você comprar uma bike igual a que tinha.
Mas existem seguradoras que fazem a indenização com reposição por bicicletas novinhas, iguais ou similares, ou por peças novas, no caso de danos parciais. Além da garantia de ter sua bike de volta, nova e em um curto espaço de tempo, esse sistema ainda vai te poupar o trabalho de pesquisar uma bike nova, negociar, fazer a compra. É bem mais seguro, garantido e de rápida resolução.
6. INDENIZAÇÃO: VALOR
No caso das seguradoras que indenizam o sinistro com dinheiro, é preciso observar se esse valor sofrerá depreciação e/ou rateio.
Essas empresas costumam ter uma tabela que define a porcentagem anual de depreciação. Ou seja, para cada ano de uso, definem uma porcentagem de depreciação. Assim, é preciso fazer esse cálculo antes de aderir ao seguro: o valor da sua bike no momento da adesão versus o valor da sua bike no momento do sinistro. Com a depreciação, você vai receber menos do que o limite máximo que contratou, e por isso precisa avaliar se a proposta é vantajosa.
Já o rateio funciona assim: imagine que sua bike custe R$ 10 mil, mas você optou por fazer um seguro sobre um valor de R$ 8 mil. Quando ocorre o sinistro, a seguradora faz o rateio com você da diferença desses valores no que se refere à porcentagem do seguro. Ou seja: você pagou uma porcentagem sobre R$ 8 mil, mas a bike valia no momento da adesão R$ 10 mil, então se ocorre um sinistro a seguradora acaba por descontar a porcentagem não paga sobre o valor total do valor a ser indenizado.
E, em alguns casos, a seguradora pode somar o rateio à depreciação, diminuindo ainda mais o valor que receberá como indenização.
Viu como os seguros não são todos iguais?
7. DIGITAL OU NÃO DIGITAL?
Vale muito a pena apostar em uma empresa de seguros que ofereça meios digitais, fundamentais para descomplicar e agilizar as etapas, desde a adesão até o sinistro e sua resolução. As companhias que investiram em plataformas digitais proporcionam um contato muito mais simplificado e rápido. Poder evitar aquelas longas esperas na linha telefônica, ou ligações que caem sem explicação, ou mesmo dias à espera de uma resposta é, afinal, uma vantagem e tanto!
E algumas dessas empresas digitais mais modernas ainda têm uma rede de atendimento especializada e superdisponível, sempre pronta para ajudar, o que se torna um grande diferencial.
8. BENEFÍCIOS
Sabia que muitos seguros oferecem benefícios agregados ao seguro? Algumas companhias incluem serviços gratuitos como reparo móvel de bikes, pontos de apoio em ciclovias e estradas, assistência residencial, terapia e nutrição para mulheres, revisão de bicicletas infantis…
Muitos desses serviços podem realmente ajudar você e fazer com que seja um bom critério na escolha da empresa de seguros.
9. EXCLUSIVO DE BIKE OU NÃO
Os primeiros modelos de seguro de bicicleta nasceram associados a outros seguros. Como neste exemplo: você compra um seguro para a sua residência e ganha um seguro. E qual o problema deste tipo de oferta? É que geralmente é feita por empresas não especializadas em bicicleta, que acabam por não oferecer coberturas específicas.
Já as seguradoras especializadas em bike costumam desenvolver coberturas bem específicas e que conseguem cobrir todas as suas necessidades de ciclista. Além de contarem com uma equipe que conhece de bicicleta, por só trabalhar com o mercado de bike, e por isso poderão oferecer um atendimento bem mais especializado.
10. É EMBUTIDO NA COMPRA?
Comprou a bike e ganhou um seguro embutido? Cuidado! Muitos desses seguros oferecem coberturas mínimas, às vezes apenas para roubo; podem ter riscos excluídos; e, ainda pior, podem exigir franquias altíssimas, que chegam a ser 50% mais caras que nos seguros adquiridos.
Portanto, se ganhar um seguro, verifique todos esses itens e, ainda, se é possível incluir novas coberturas, caso precise.
Resumindo: leia tudo, analise bem, faça contas e escolha com confiança a seguradora que melhor garante a proteção da sua bike.
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