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Bikes elétricas: o que saber antes de comprar

Rodrigo Del Claro

Elas são as queridinhas do momento. As bikes elétricas já fazem parte do cenário urbano, principalmente nas grandes cidades brasileiras. As vendas aumentaram de forma exponencial nos últimos anos. Só em 2023, foram importadas quase 140 mil unidades em todo o país, de acordo com a Aliança Bike.

O crescente interesse do público foi outro fator que ajudou a expandir a produção nacional das e-bikes – como também são conhecidas. No ano passado, por exemplo, a alta foi de quase 10% no Polo Industrial de Manaus. E a tendência é de um desenvolvimento ainda maior nos próximos anos.

Mas por que as bikes elétricas viraram uma tendência?

Em todo o mundo, as pessoas têm buscado maneiras de melhorar a sua locomoção. E se isso contribuir com o meio ambiente, melhor ainda. As bikes elétricas proporcionam a união desses dois desejos. É a chamada mobilidade sustentável.

Por possuírem um motor, as elétricas garantem que os deslocamentos do cotidiano sejam feitos com o mínimo de esforço. Ao contrário das bicicletas tradicionais, as e-bikes permitem subir morros ou percorrer grandes distâncias sem que o ciclista chegue molhado de suor ao destino final.

Outra grande vantagem é fugir do trânsito. A depender do percurso, é possível chegar mais rápido de bike elétrica do que de carro. Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, que possuem uma malha cicloviária mais ampla, essas condições têm feito surgir um novo público: aquelas pessoas que sequer pedalavam e agora estão trocando outros tipos de transporte pela bike.

Como funciona a bike elétrica?

As e-bikes funcionam de maneira híbrida, ou seja, você pode pedalar da maneira tradicional e também se deslocar com a santa ajuda do motor elétrico, no chamado pedal assistido. O motor aumenta a potência das pedaladas e garante um deslocamento com menos esforço. Além disso, o carregamento da bateria não tem nenhum segredo, o que facilita ainda mais a vida do ciclista.

Bike elétrica ou ciclomotor?

A resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) de junho de 2023 diferenciou as bikes elétricas dos chamados ciclomotores – que são os modelos com acelerador, sem pedais e que podem chegar aos 50 km/h. Segundo a atual regra, os ciclomotores não podem trafegar em calçadas ou ciclovias e precisam ser emplacados e habilitados até o fim de 2025.

A regulamentação define também a existência dos chamados autopropelidos (sim, esse nome esquisito, mesmo!), veículos individuais que se distinguem das bikes elétricas por possuírem um modo acelerador, mas cuja velocidade não ultrapassa os 32 km/h. Como exemplos de autopropelidos podemos citar os patinetes elétricos, scooters e monociclos.

Para se enquadrar como bicicleta elétrica, portanto, é necessário que não haja um acelerador, mas apenas o pedal assistido. Caso o modelo se assemelhe a uma bicicleta elétrica, mas possua acelerador, ele será considerado um autopropelido. De acordo com o Conselho Nacional de Trânsito – Contran, no entanto, as regras para circulação de bikes elétricas e autopropelidos são as mesmas, sem necessidade de emplacamento ou habilitação.

Como escolher o modelo ideal de bike elétrica?

Com a popularização das bikes elétricas, multiplicaram-se também os modelos disponíveis no mercado. Os preços variam conforme a potência da bateria e o material utilizado na fabricação. A média atual é de R$6,8 mil por bicicleta, mas é possível encontrar modelos mais simples, que partem de R$3 mil, e outros que podem superar os R$ 20 mil.

Como escolher então? Além do preço, há outros fatores que devem ser levados em conta:

  • Tipo de bateria

Os modelos mais indicados atualmente são os com baterias de lítio. Eles são mais leves que aqueles equipados com chumbo. Além disso, permitem mais ciclos de carga. Algumas versões suportam mais de mil carregamentos.

  • Autonomia

Outro fator essencial na hora de escolher a sua bike elétrica é a autonomia da bateria. Embora ela possa variar conforme as condições do terreno, o clima e o peso do ciclista, a maioria dos modelos roda de 30 a 80 quilômetros antes de precisar de recarga.

  • Potência

O ideal é que a bicicleta tenha pelo menos 250 watts de potência. Com isso, ela consegue superar vários tipos de terreno sem grandes sobressaltos. As versões mais potentes (e mais caras) podem chegar a até 1.000 watts.

Ok, mas vale a pena ter uma bike elétrica?

A resposta depende muito do tipo de uso que você pretende dar para ela. No caso de quem busca um veículo para se deslocar ao trabalho, algumas perguntas precisam ser respondidas:

  • Qual distância eu vou percorrer todos os dias, somando ida e volta?
  • Existe uma boa rede de ciclovias ou calçadas para circular nesse trajeto?

Se a distância a ser percorrida todos os dias for maior que 30 km, talvez a bicicleta elétrica não seja a melhor opção para você. A indisponibilidade de vias seguras no trajeto casa-trabalho também pode ser um empecilho.

Mas, em grande parte das situações, a bicicleta elétrica atende perfeitamente às necessidades do ciclista e pode ser uma opção mais vantajosa do que o carro (seja ele elétrico ou a combustão) ou do que o transporte público.

Atenção: o barato pode sair caro!

Ao comprar a sua bike elétrica, procure fazer uma pesquisa, antes, sobre o fabricante. Recentemente, o mercado foi inundado por veículos mais baratos, a maior parte deles importados da China. O problema é que algumas dessas bikes podem causar uma grande dor de cabeça no pós-venda. São modelos com baterias de baixa qualidade, que estragam facilmente e muitas vezes não possuem peças para a manutenção.

Ou seja, cuidado com o barato que pode sair caro lá na frente. Opte sempre por marcas consolidadas e de qualidade reconhecida. Vale mais a pena!

Fique de olho nos custos de manutenção

Manter uma e-bike não costuma ser muito caro. A conservação da parte elétrica geralmente custa menos de R$ 600 por ano, embora exija uma mão de obra especializada. O seguro de uma bicicleta elétrica é também uma boa opção, já que pode custar a partir de R$300 por ano.

O maior gasto ocorre no momento da troca da bateria, que muitas vezes chega a custar mais de 50% do valor da bike. Uma dica é se informar sobre o preço de uma bateria nova na hora de comprar a sua magrela com motor.

E aí? Chegou a um veredito? Bora de bike elétrica?

Crédito da imagem: Imagem de freepik
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